Lua, és linda... Límpida luz na solidão bucólica das
lapides... Percorro contigo os sepulcrários, imerso na memória dos antigos
passionais amantes, encanto mágico das velhas historias e contos... Lua, és
fiel testemunha nos campos, nos bosques, nas altaneiras arvores... Confesso
contido e com a brisa da noite que me toca a face, a caneta desliza suave e
tinge de azul o coração melancólico... Em palavras de tendência orgânica, no teto
de estrelas onde me prendo por um segundo, mas é a brancura da tua tez que me
fascina, overdose de crisálidas... Lua, enquanto o esmerado tempo determina sua
orbita, meus lábios trementes te confessam meus medos... Dói sentir,
recolher-me no silencio da terra... A garganta se cala adormecida, o vago
brilho nos olhos... Corre desvairado nas veias o vazio etéreo, me embriaga de
duvidas e fito o amanha indefinido... No recesso da ferida lagrimas oculta...
Instintivamente escrevo... Me salvo do eu egocêntrico... Depressa, antes que a
coragem esvaeça e o fel se desnude em uma incompleta ode... Quando o tédio
incolor ocupa os espaços da vida escrevo de súbito, por impulso, no ermo vago
da dimensão humana... No puro psiquismo me perco...E na histeria nem as alvas da
psicanálise me cura...
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