sábado, 28 de novembro de 2009





Vem Pra Cá
Papas da Língua
Composição: Léo Henkin/Serginho Moah

Não ver você, não tem explicação
é caminhar pela escuridão
ficar a fim e não poder falar
querer o sim e não se acostumar
com a solidão, o medo de amar
estranho vazio no seu olhar
eu tento achar em algum lugar
o amor que você deixou pra trás

sábado, 21 de novembro de 2009

Eu queria chegar ao fundo do seu coração,
Mais você decidiu não me levar
E se eu bater em sua porta?
Meu desejo esta no olhar,
E você esta sempre em meus sonhos
Desde primeira vez,
Quando olho pro mar,
Não me conformo de não te ter,
E minha escuridão deixou de ser iluminada
Quando você não sorriu mais pra mim
Há quanto tempo espero...
Em cada solidão procuro
Coisas do passado que me lembram você.
Mais você me excluiu da sua vida,
Por isso não faço mais parte de você;
Mais vou chorando de saudades.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


A noite não tem fim...
E o sofrimento...
Quando o dia vai alvorecer?
Procuro não lembrar
Um tempo que passou...
Tantas vezes tento correr,
Mais meus pés nem tocam o chão...
Entrego-me...
Permaneço no vazio...
Te encontro em lugares
Mesmo de olhos fechados,
Vejo-te em faces tão comuns
No meio da multidão...
Esconda-se,
Não ameniza minha dor.
Perdido...
A solidão companheira,
lembranças... do quero esquecer.
Seus braços seriam o meu porto seguro...
Dias chegam ao fim...
Não consigo tocar-te
SE voce percebesse...
E o tempo que perdemos.
Quisera eu dizer-te...
Escrito pelo destino?
E assim será...
Vais entender?
O vazio que tenho que suportar...
O tempo findou... E já é tarde
Para reparar o que ficou.
De tudo que foi dito,
o mais importante.
“Como eu... Ninguém... Jamais Te amou”

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

The End





Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
Fernando Pessoa

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Te amo.


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Fernando Pessoa

Árvore Sem Raiz

Delicada

Agua fria.

domingo, 8 de novembro de 2009

Lembranças


Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós própios.

Suave é viver só
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Ricardo Reis

sábado, 7 de novembro de 2009

Resignação


Amo-te,
Trancado sob sete chaves...
Ele reina em mim.
Não olhar seus olhos,
Não ouvir sua voz,
Não te tocar...
Parece incontrolável,
Minha alma implora...
Pensar vinte quatro horas,
Sete dias por semana,
365 dias por ano.
Misto de loucura e resignação,
Não poder gritar.

Amor Platonico






Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é nós mesmos- que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.(...)
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois 'amo-te' ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constiui a atividade da alma. (...)
Fernando Pessoa

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Desejos


Desejo-te...
O teu abraço, teu carinho, tua boca...
Mesmo que fosse por alguns momentos.
Sentir o calor do teu corpo numa noite fria...
Desejo sua inteligência, seus versos,
Quando me fere...
Mantendo-me escravo de ti,
Seu cheiro, sua roupa,
Esta leveza do seu ser.
Só desejo...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Rotina (Hoje)


Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
Fernando Pessoa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fernando Pessoa


Navegar é Preciso

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Caminhando


Ó noite onde as estrelas mentem luz, ó noite, única coisa do tamanho do universo, torna-me, corpo e alma, parte do teu corpo, que eu me perca em ser mera treva e me torne noite também, sem sonhos que sejam estrelas em mim, nem sol esperado que ilumine do futuro.
Fernando Pessoa

Eu sabia que te amava



Talvez é intuição
Mas algumas coisas que você apenas não questiona
Como em seus olhos
Eu vi meu futuro em um instante
E lá eu encontrei os meus melhores amigos
Eu sei que pode soar um pouco louco
Mas eu acredito

Eu sabia que te amava antes de te encontrar
Eu acho que sonhei com você toda a vida
Eu sabia que te amava antes de te conhecer
E eu tenho esperado por isso toda minha vida

Não há nenhuma rima ou razão
Somente este sentido do fim
E em seus olhos
Eu vi as partes que faltam
Eu procuro
Eu acho que eu encontrei o meu caminho de casa

Eu sei que pode soar um pouco louco
Mas eu acredito

Eu sabia que te amava antes de te conhecer
Eu acho que sonhei com você toda a vida
Eu sabia que te amava antes de te conhecer
E eu tenho esperado por isso toda minha vida

Mil anjos dançam em torno de você
Eu estou completo agora que eu a encontrei

Eu sabia que te amava antes de te conhecer
Eu acho que sonhei com você toda a vida
Eu sabia que te amava antes de te conhecer
E eu tenho esperado por isso toda minha vida

Amada Lua



"Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Álvaro de Campos

domingo, 1 de novembro de 2009

Sempre

Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
Fernando Pessoa

Sempre

Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
Fernando Pessoa